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Nome de Zuzu Angel é incluído no Livro de Heróis e Heroínas da Pátria

  • Foto do escritor: Lu Sudré
    Lu Sudré
  • 8 de mar. de 2018
  • 2 min de leitura

Atualizado: 7 de abr. de 2018

A estilista usou desfiles de moda para denunciar o regime militar e o assassinato de seu filho, Stuart Angel Jones, militante do MR8


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Por Lu Sudré Caros Amigos

12/04/2017


Reconhecida pela luta em busca de seu filho na época da ditadura, Zuleika Angel Jones, conhecida como Zuzu, teve seu nome incluído no Livro de Heróis e Heroínas da Pátrianesta quarta-feira (12), após sanção presidencial. No início da década de 1970, militares torturaram e assassinaram seu primeiro filho, Stuart Angel Jones, militante do Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR8). Por meio de desfiles de moda, a estilista denunciou o regime militar incansavelmente. Em 1976, foi assassinada em um

atentado planejado por militares ao dirigir pela Estrada da Gávea, no Rio de Janeiro.


A inclusão do nome de Zuzu foi efetivada a partir da aprovação do Projeto de Lei (PL) 4.411, de autoria da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e relatoria de Alice Portugal (PCdoB), aprovado pela Câmara e pelo Senado em março. O Livro de Heróis e Heroínas da Pátria, feito com páginas de aço, reúne personagens que protagonizaram momentos marcantes na história do País. A obra fica exposta no Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. O PL, além de incluir Zuzu, altera a lei 11.597/2007, que criou o livro, e explicita que sua finalidade é registrar o nome de brasileiros e brasileiras que tenham oferecido a vida à pátria, para sua defesa e construção.

Em entrevista à Caros Amigos, Hildegard Angel, filha de Zuzu, declara que o nome de sua mãe estar entre as heroínas da Pátria é uma forma de relembrar o que não devemos ser. "É manter viva uma memória recente, de horrores, do que é uma ditadura. Sobretudo neste momento que o Brasil vive, de uma democracia tão fragilizada”, afirma a jornalista. “Zuzu Angel não entra sozinha no livro. Ela entra acompanhada de todas as mulheres que foram vítimas daquele período de exceção brasileira. As mães, esposas, irmãs, avós e tantas outras que viveram a mesma situação de angústia, de sofrimento, de perda, de desespero", ressalta.


Atualmente, outras cinco mulheres estão no livro: Jovita Feitosa, voluntária do Exército na Guerra do Paraguai; a enfermeira Ana Néri; as revolucionárias Anita Garibaldi e Bárbara de Alencar; e Clara Camarão, que combateu os holandeses na Batalha dos Guararapes.


"A Zuzu é a única heroína contemporânea brasileira, do século 20. As outras são do século 19. Se consolidou a ideia de que heroínas eram mulheres de tempos remotos e não do presente. Ao contrário, as heroínas brasileiras estão no cotidiano do País. É algo maior do que enaltecer uma personalidade, a Zuzu Angel. A inclusão do nome aborda uma questão de gênero, representa algo pra todas as mulheres daquele período”, enfatiza a filha da estilista.

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