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Biografia narra trajetória de Frei Betto

  • Foto do escritor: Lu Sudré
    Lu Sudré
  • 7 de abr. de 2018
  • 2 min de leitura

Obra tem prefácio de Fidel Castro


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Por Lu Sudré Caros Amigos

12/01/2017


Homem simples, de fala pausada, com a modéstia e humildade que enaltece sua condição de religioso, se identificou com os valores genuínos da nossa Revolução, que, segundo afirma, são também os da confissão cristã que ele professa: justiça, igualdade, compromisso com os pobres e discriminados.


É assim que Fidel Castro Ruz, líder da Revolução Cubana, define Carlos Alberto Libânio Christo, ou simplesmente Frei Betto, escritor e religioso dominicano brasileiro. As palavras estão no prefácio do livro Frei Betto - Biografia. O ex-presidente cubano, que morreu em novembro do ano passado, era seu amigo pessoal.


A obra, lançada no fim de 2015 pela editora Ci


vilização Brasileira, de autoria do historiador Américo Freire e da jornalista Evanize Sydow, aborda todas as facetas do homem religioso, político, militante, aliado dos movimentos sociais e escritor, desde seu nascimento em uma tradicional família mineira, em 1944. O livro conta também suas prisões durante a ditadura civil-militar brasileira - por 15 dias em 1964 e por 3 anos, entre 1969 e 1973 -  assim como o apoio à guerrilha Ação Libertadora Nacional (ALN).


Em entrevista à Caros Amigos, Evanize Sydow relata que foram quatro anos intensos de pesquisas para que a obra, com dezenas de entrevistas, fosse finalizada. O próprio Frei Betto foi uma fonte inesgotável de informações. “É unânime a opinião das pessoas em relação à generosidade dele, sejam elas suas amigas ou não. É um ponto comum entre todos os entrevistados, todos tem histórias para contar. Por exemplo: quando Lula morava em uma casa muito humilde no ABC Paulista, Frei Betto pagou o vaso sanitário para o banheiro dele”, conta a jornalista. “Ele é uma pessoa muito generosa, solidária. Muito ligada aos que estão precisando dele, se preocupa concretamente”, complementa.


Outro ponto que Sydow destaca na biografia de Frei Betto é sua habilidade de, enquanto figura pública, conseguir transitar em redes diferentes. “Ele é presente nos movimentos sociais, na política, entre grupos de artistas, tem amigos empresários. É um talento. Não é todo mundo que faz isso e é respeitado por todos. Ele é um articulador nato.” Frei Betto foi assessor especial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre 2003 e 2004 e foi coordenador de mobilização social do programa Fome Zero.


Em 2013, os autores foram até Cuba, mas não conseguiram falar com o líder cubano. Já o escritor brasileiro sempre era requisitado para uma conversa enquanto estava em Havana. Foi em outubro de 2015 que Frei Betto repassou o pedido dos autores a Fidel, que desejavam que o prefácio da obra fosse escrito pelo líder cubano. Na ocasião, Frei Betto recebeu o título especial de doutor honoris causa em Filosofia na Universidade de Havana.


Na opinião de Sydow, Frei Betto é uma das principais figuras responsáveis pela propagação da Teologia da Libertação no Brasil e em outros países. “Frei Betto não é apenas a teoria, é a prática. Ele com Leonardo Boff, teólogo acadêmico, se complementam nesse sentido. Ele trabalha com educação popular até hoje. Frei Betto é o tradutor da Teologia da Libertação em muitos países”, conclui.

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